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Embrapa aponta 9 erros mais comuns na aplicação de defensivos
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Embrapa aponta 9 erros mais comuns na aplicação de defensivos

A tecnologia de aplicação não se resume ao ato de aplicar o produto, mas sim na interação entre vários fatores (cultura, praga, doença, planta invasora, produto, equipamento e ambiente) buscando um controle eficiente, com custo baixo e mínima contaminação ambiental. Nesse sentido, a Embrapa publicou os erros mais comuns na aplicação de defensivos, além de lembrar os cuidados que os produtores devem ter durante os trabalhos. Confira:

Principais erros na aplicação de defensivos
1 - Uso do produto inadequado;
2 - Equipamento desregulado;
3 - Dose incorreta (sub e superdosagens);
4 - Momento ou estádio de aplicação incorreto;
5 - Aplicação com condições climáticas inadequadas;
6 - Água usada para mistura do agrotóxico no tanque de má qualidade (excesso de partículas em suspenção, pH incompatível com produtos, entre outros);
7 - Paradas com equipamento ligado;
8 - Escorrimento e gotejamento;
9 - Sobreposição de aplicação.

Condições ambientais no momento da aplicação
As condições de clima devem ser favoráveis à absorção e translocação dos produtos. Em geral, as condições de clima no momento da aplicação devem ser as seguintes: a temperatura mínima de 10°C; a ideal de 20 - 30 ºC; e a máxima, de 35°C. A umidade relativa do ar mínima de 60%; ideal de 70 a 90%; e a máxima, de 95%. Não realizar aplicações na presença de ventos com velocidade inferior a 10 km/h sobre plantas estressadas e em caso de chuva iminente, sob pena de perda da eficiência do tratamento ou causar danos à cultura.

A aplicação sobre plantas estressadas reduz a absorção e translocação do produto e pode reduzir o metabolismo das moléculas pela cultura, reduzindo a seletividade no caso dos herbicidas. A ocorrência de chuva logo após a aplicação pode lavar as moléculas do produto da superfície da folha da planta e impedir a sua absorção. Alguns herbicidas necessitam de até seis horas sem chuva, após a aplicação, para serem absorvidos em quantidade suficiente para serem eficientes.

A baixa umidade relativa provoca a desidratação da cutícula e o consequente secamento rápido da gota sobre a superfície da folha, provocando a cristalização do produto sobre a mesma, dificultando assim, a absorção da molécula. Altas temperaturas podem provocar a volatilização das moléculas e aumentar a evaporação das gotas. Por outro lado, temperaturas baixas podem reduzir o metabolismo das plantas e dificultar a absorção.

A aplicação na presença de vento com velocidade acima de 10 km/h poderá provocar deriva e as gotículas não atingirão o alvo, podendo atingir locais com culturas sensíveis. A deriva consiste no deslocamento de gotas ou vapor até locais não alvos, provocando danos em lavouras vizinhas. Os principais fatores que afetam a deriva são: tamanho de gotas; altura ou distância entre o alvo e o bico; vento; velocidade de aplicação; método de aplicação; e a volatilidade do produto. É comum, por exemplo, observar toxicidade de certas formulações de 2,4-D em videira, quando este herbicida é aplicado em áreas vizinhas. As maneiras de reduzir a deriva são: aplicar em horário adequado; aplicar com boas condições ambientais; usar formulações adequadas; selecionar bicos adequados; e usar pressão de operação adequada.

Cuidados com os equipamentos de aplicação
O sucesso no controle das pragas e doenças depende da escolha do produto adequado e da sua correta aplicação. Os defensivos são aspergidos sobre o solo ou as plantas e para garantir que o ingrediente ativo atinja toda a superfície alvo é necessário que o equipamento esteja distribuindo uniformemente a quantidade correta do produto por área. A quantidade de ingrediente ativo aplicado deve ser correta para evitar falha de controle ou danos à cultura. Para isso, antes de iniciar a aplicação é necessário revisar cuidadosamente o equipamento a ser usado. Os bicos devem ser examinados individualmente, a fim de avaliar o desgaste e o alinhamento. Além disso, o volume de calda a ser aplicado, o número e o tamanho das gotas (Tabela 1), a pressão de funcionamento dos bicos, a dosagem, a diluição, a agitação e a necessidade da adição de adjuvantes devem ser verificado cuidadosamente.

O produtor deve sempre consultar um engenheiro agrônomo para definir a regulagem do equipamento e definir, por exemplo, o tipo de bico a ser usado, com objetivo de distribuir uniformemente a dose correta do produto na área, evitando desperdício e perdas no rendimento devido à toxicidade causada à cultura. A ocorrência de erros na dose aplicada normalmente apresenta reduzida possibilidade de correção e são os principais responsáveis pela maioria das aplicações fracassadas.

 

Não se deve utilizar instrumentos como: agulhas, arames, canivetes, gravetos de madeira para desentupir bicos. O correto é usar um instrumento que não danifique o orifício do bico, como por exemplo uma escova com cerdas de nylon (escova de dentes), um fio de nylon ou ar comprimido.

Troca de bicos
Recomenda-se trocar os bicos quando a média da vazão ultrapassar em 10% a vazão de um bico novo. Quando isso acontece, todo o conjunto deve ser substituído. Ao atingir mais de 10% de desgaste suas características podem prejudicar a aplicação resultando em controle deficiente e toxicidade à cultura. Não se deve esquecer que o custo do desperdício de defensivos e de uma eventual toxicidade à cultura poderá ser muito maior que o custo da substituição dos bicos.

Regulagem do pulverizador
A calibração do pulverizador deve ser realizada periodicamente devido ao desgaste natural de alguns componentes, como os bicos, ou em função de perda da calibração devido ao uso sob condições de campo.
Na calibração os passos a serem seguidos são:
Utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI);
Abastecer o pulverizador com água limpa;
Acionar o conjunto de pulverização e avaliar a existência de vazamentos;
Determinar a distância entre os bicos, em metros;
Determinar a velocidade de trabalho em um terreno plano, com características semelhantes às condições de pulverização.

Para determinar a velocidade, deve-se medir uma distância, preferencialmente igual ou maior que 50 m. Percorrer a distância medida e anotar o tempo gasto (em segundos). Acionar o aspersor e coletar a água aspergida em tempo igual àquele gasto para percorrer a distância. Repetir esta operação em vários bicos. Obter a média e calcular a vazão, que pode ser determinada com a fórmula:

Vazão (L/min)= 0,06 x volume coletado (mL) / tempo (s) 

O volume de calda adequado varia entre produtos e o usuário deve estar atento para isso, seguindo as recomendações de dos e volume de aplicações de cada produto. Além disso, é importante que seja obtida boa cobertura foliar (Tabela 2) de acordo com o produto que está sendo aplicado.

 

Fonte: Embrapa

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